sexta-feira, 2 de maio de 2008

1º DE MAIO – DIA DO TRABALHADOR


O POVO É ORDEIRO, MAS ESTÁ SEM DINHEIRO,
CONTRATOS A TERMO, SÓ PARA OS DO GOVERNO,
SALÁRIOS E PENSÕES, FISCO LEVA MILHÕES ou
CONTRA A PRECARIDADE, EMPREGOS DE QUALIDADE
-1973, Sindicalizado-

Estas foram algumas das mensagens que ontem vi na manifestação da UGT-União Geral dos Trabalhadores, central sindical próxima do Partido do Governo…

-Cabeça da manif-

Pois é verdade, que a coisa não está ainda cor-de-rosa, mas, com o sacrifício dos mesmos, para lá caminha, assim esperamos.
-Na Avenida da Liberdade-

Foi uma grande concentração de gente afecta aos Sindicatos filiados naquela instituição, calculada em mais de 30.000 participantes. Foi a primeira vez que a UGT veio para a rua manifestar-se contra as medidas lesivas aos interesses, direitos e liberdades dos trabalhadores. Mas mesmo assim, houve muita animação, muitos ranchos, muitos conjuntos de bombos, gigantones, muitas bandeiras, muitos cartazes, muita cor, muito movimento, muita harmonia e nada de violências gratuitas.
-Nos Restauradores da Pátria-

Aguardam-se melhores dias para quem tem vindo ultimamente a sentir o peso dos aumentos, assim como da redução das pensões, da degradação das condições de segurança para os cidadãos, e dos serviços de saúde e da área da educação.
-O Secretário geral da UGT, João Proença (o segundo da esquerda)-

Ontem estive presente desde a concentração, no Marquês de Pombal, até ao Rossio, local do comício.
-Defronte à Estação do Rossio-

Em 1974, recordo o que se passou nessa quarta-feira de sol, alegria e felicidade:
-Local do comício-

Já lá vão 34 anos. Foi um primeiro de Maio maravilhoso. Até aí nunca tinha sido concedido feriado ou tolerância de ponto aos trabalhadores. Grande manifestação em Lisboa até ao então denominado Estádio da FNAT-Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, organização do Estado Novo para dirigir o desporto dos trabalhadores, com milhares e milhares de pessoas e com a presença dos dois mais carismáticos secretários-gerais dos maiores Partidos portugueses que tinham regressado do exílio: Mário Soares, do Partido Socialista e Álvaro Cunhal, do Partido Comunista.
-Animação-

O ambiente era de vivência, de alegria, de tolerância, de compreensão. Simplesmente fantástico.
-Juventude-

Lembro-me que em Portugal não houve um único acidente automóvel.
-Ranchos-

Mais me lembro que o piso do Estádio, que era de terra batida, ficou de tal maneira mal tratado (restos de comida, espinhas, ossos, bocados de pão, cascas de fruta, enfim tudo o que não devia lá estar) que, um ou dois dias depois, fui nomeado Árbitro dum encontro marcado para aquele recinto que teve de ser adiado, face às condições degradadas do rectâgulo de jogo.
-Bombos-

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