sábado, 3 de janeiro de 2009

NAQUELE TEMPO (XVII)

Do Boletim O Árbitro 19, de Janeiro de 1959, damos a conhecer os assuntos de maior interesse:
Na capa é revelada a justa homenagem feita a Alberto do Carmo Lourenço, delegado do boletim em Nampula (Moçambique), com a atribuição da Medalha de Mérito Desportivo pela Associação de Futebol daquela cidade. -Homenagem a Alberto Carmo Lourenço-
A Comissão Central alerta os Árbitros, através de circular, para várias determinações, que devem ser cumpridas, tais como: reprimir o jogo violento e perigoso; não consentir que os jogadores discutam as suas decisões, seja qual o pretexto, pois somente os capitães de equipa é que podem dirigir-se aos Árbitros e mesmo assim em termos correctos e sem que de qualquer forma revelem discordância dessas deliberações; que nos relatórios dos jogos devem mencionar as ocorrências que em sua consciência sejam merecedoras de sanção aos jogadores. Noutro comunicado expressa instruções quanto às substituições dos jogadores no decorrer dos jogos. Mais à frente discrimina a constituição das equipas de arbitragem para os jogos nacionais das seguintes 15 Distritais: Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Vila Real e Viseu. Chama a atenção, ainda, para o facto dos filiados que não cumpram com o Regulamento Disciplinar serão alvos de sanções, podendo até serem afastados.

Quantos aos artigos que vieram à estampa, destacam-se os títulos “Na Capital do Norte, A propósito de…” onde as queixas dos Treinadores, Jogadores, Dirigentes e Adeptos contra os Árbitros, são demasiadas e exageradas, mas contribuírem para a melhoria das arbitragens são diminutas ou nulas. Remata-se dizendo que Engenheiros de obra feita, há muitos! -Trabucho Alexandre-
Trabucho Alexandre, jornalista e crítico, Bella Gutmann, então treinador do F.C.Porto, dizem que a arbitragem portuguesa está bem e recomenda-se!

Carmo Lourenço adianta no seu escrito “A Duração do Jogo e a Lei da Vantagem” a questão da sua aplicação nos casos em que se verifica a perda de tempo (?!).

As Distritais de Vila Real e de Lisboa abriram escolas de candidatos com bastante afluência de formandos. -Dinis Machado, n. 21.03.1930 f. 03.10.2008-

Augusto César de Jesus diz de sua justiça no título “O Árbitro, esse incompreendido!”,
Elisée Orazi faz considerações pertinentes na rubrica “Para uma melhoria da Arbitragem” e Joaquim Campos continua a expressar as “Impressões sobre o Campeonato do Mundo”

A subscrição para a família do saudoso Aureliano Fernandes, totaliza 7.974$00.

Dinis Machado, ilustre escritor, faz algumas considerações sobre “O Árbitro, os jogadores e… o jogo”, cujo tema, aliciante e oportuno, desenvolveu no jornal “Diário Ilustrado”. António Calheiros conclui o seu excelente trabalho quanto aos “Úteis Conselhos aos Árbitros de Futebol”.
A Agenda do Árbitro, como habitualmente, dá conta de acontecimentos diversos que ocorrem durante o mês anterior.

Falando do próprio Boletim a Campanha de novos Assinantes está em marcha e profícua, assim como são apresentadas as contas do ano de 1958. Registam-se os votos de Boas-Festas recebidos. Quanto à secção “Apitadelas”, realce-se esta pérola, proferida por um jogador que actuava numa equipa da primeira divisão: O jogo foi muito violento, mas disputado com correcção…
Insiste-se no Seguro do Árbitro, ideia que se deseja ver concretizada, pelo número de vítimas que vai aumentando dia-a-dia. Carlos Gomes, guarda-redes internacional, ofereceu os seus préstimos para a festa que se está a organizar em favor do malogrado Aureliano Fernandes. O Árbitro internacional francês Maurice Guigue, que dirigiu a final do mundial, entre a Suécia e o Brasil, que o país irmão triunfou brilhantemente, foi convidado para actuar no Rio de Janeiro e São Paulo, depois de lhe terem oferecido um artístico apito de ouro.

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