segunda-feira, 26 de julho de 2010

NAQUELE TEMPO (XXXV) - JULHO 1960

O exemplar 37 do Boletim oficial da Comissão Central de Árbitros de Futebol, de há meio século, dava conta dos seguintes temas: TÍTULOS: David Costa termina o seu relatório do Curso promovido pela Comissão de Árbitros da FIFA, nos dias 23 a 27 de Agosto de 1959, em Macolin (Suiça). Rafael Rodrigues, Árbitro em Lourenço Marques (Moçambique) escreve sobre Dedicação, Dever e Verdade. O Dr. Mesquita Magalhães continua com a série Breve História da Medicina Desportiva. Diogo Manso (foto 1) relata o que vai acontecendo no Distrito de Braga. Página do Ultramar é assinada por Alberto Costa (Beira-Moçambique). Vítor Real, de Lourenço Marques, aborda o tema Os Dirigentes e a sua Acção no Desenvolvimento e prestígio da Arbitragem Moçambicana. Duas oportunas Notas de Abertura, pelo Dr. António Botelho Moniz. O Árbitro no estrangeiro, de Ramos Cavaleiro. UMA IDEIA EM MARCHA, é um projecto a decorrer na Escola Recreio de Futebol Infantil de Viseu, onde os jovens podem jogar e arbitrar nos encontros de futebol nas Escolas do Distrito (foto 2). TEM A PALAVRA UM JORNALISTA. Desta vez é Ferreira de Melo (foto 3) que aborda o tema Dois Aspectos da Arbitragem, tendo preconizado que os melhores Árbitros devem dirigir os melhores jogos, pois afiança que foram sofríveis as actuações daqueles que estiveram nos jogos que observou em Alvalade, Luz e Restelo. Quanto à segunda diz que os Árbitros interpretam mal a lei quanto a cargas. Diz ter visto muitas barbaridades na apreciação destes lances. AGENDA DO ÁRBITRO – Dá algumas notícias relacionadas com viagens, agradecimento de felicitações pelo 3º aniversário do Boletim, novos Árbitros, cumprimentos de cortesia, transferências de Conselhos de Arbitragem, Árbitro que deixa de o ser e passa a treinador, mudanças de residência, doenças, convalescenças, e falecimentos. Realça-se o esplêndido trabalho feito por José Mateus Canhão (foto 4) na Guiné, como delegado do Boletim, assim como nas actuações que tem na condução os jogos mais importantes que ali se realizam, incluindo os internacionais. ANTÓNIO MOLINOS, o conceituado jornalista espanhol passa a colaborar, escrevendo, para o Boletim (foto 5). GALERIA DO PASSADO – Octávio Ribeiro da Costa (foto 6), antigo e credenciado Árbitro e Formador lisboeta, foi entrevistado por Décio de Freitas, director do Boletim. DOIS CASOS EM CADA BOLETIM – João Calado Banheiro felicita as duas equipas que se defrontaram na final do Torneio Popular de Lisboa, o Sporting Clube Liberdade e o Clube Desportivo Lisboa e Águias (foto 7) pelo elevado desportivismo demonstrado em todo o encontro. Até as claques confraternizaram… Joaquim Campos, o Editor do Boletim, insurge-se com criaturas que se inscreveram como subscritores do periódico, mas cumprir com a obrigação de pagar as assinaturas… A TRIBUNA DO ÁRBITRO – O seu responsável, David Costa responde a 3 questões: a) Um guarda-redes foi expulso e o seu lugar foi ocupado por um dos colegas que estava a jogar. Mais tarde este lesiona-se. Poderá ser substituído? Resposta: As determinações de então, dizem que não. b) Pode haver repetição dos números das camisolas na mesma equipa? Resposta: Não é legal, mas não é por isso que se anula um jogo ou se castigam jogadores. c) Assinala-se uma falta em cima da linha de golo da equipa que defende essa baliza. Onde se coloca a bola para a execução do pontapé livre-indirecto? Resposta: Sobre a referida linha. Curiosamente esta situação em Espanha tinha tratamento diferenciado: A bola era rodada sobre si em direcção ao terreno de jogo (perímetro, dizíamos nós) e aí poisada para, depois, entrar em jogo. Este caso único, era considerado arbitrário. APITADELAS – Dá-se conta de que os Colégios de Árbitros em Espanha são dirigidos por antigos homens que fizeram uso do apito em pleno rectângulo de jogo. Uma questão de principio. Os Árbitros americanos não respeitam a obrigatoriedade de equiparem de preto, contrariando, assim, o que se encontra regulamentado. Os seus conhecimentos técnicos também deixam a desejar, logo acaba por condizer uma coisa com a outra. Clubes lamentam os castigos que lhes são aplicados quando se verificam casos de agressões aos Árbitros, mas nunca lastimam as cobardes atitudes de que os Juízes são alvo… Volta a referir-se da necessidade de ser posto em prática o seguro para os Árbitros, regalia importante nos tempos que correm pelos actos tresloucados que se constatam.

LAMENTÁVEL - A agressão ao Árbitro Rogério de Melo Paiva, atingido por uma pedra lançada traiçoeiramente por energúmeno que não foi identificado, provocou-lhe fractura do crânio e internamento hospitalar, ocorreu no decorrer do jogo Marinhense-Braga, em 3.7.1960, suscitou uma forte onda de solidariedade, incluindo em Espanha, com o Colégio Galego a enviar carta de repúdio do acto criminoso cometido e desejando rápido e completo restabelecimento do nosso colega. Ao mesmo tempo pergunta-se: para quando o seguro, que minimamente cobre estes riscos a que os Árbitros estão sujeitos semanalmente?

DOIS CASOS EM CADA BOLETIM – João Calado Banheiro felicita as duas equipas que se defrontaram na final do Torneio Popular de Lisboa, o Sporting Clube Liberdade e o Clube Desportivo Lisboa e Águias pelo elevado desportivismo demonstrado em todo o encontro. Até as claques confraternizaram… Joaquim Campos, o Editor do Boletim, insurge-se com criaturas que se inscreveram como subscritores do periódico, mas cumprir com a obrigação de pagar as assinaturas…

BIBLIOTECA – O seu património continua a ser valorizado com a oferta de obras e de valores para aquisição de livros.

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