domingo, 28 de agosto de 2011

NAQUELE TEMPO (XLVIII) – AGOSTO 1961

Do Boletim O Árbitro de há 50 anos, o número cinquente (Ano V), destaca-se o seguinte:

O mapa contabilístico referente ao primeiro semestre de 1961, apresentou saldo positivo, como se pode constatar no gráfico a seguir. TÍTULOS – “A Orgânica da Arbitragem Francesa”, apontamentos da autoria de Joaquim Campos. O Dr. Joaquim da Costa Reis continua a dissertar “O Árbitro: seus poderes e responsabilidade, questões de direito e questões de facto”. Carmo Lourenço assina “A arbitragem e os factores subjectivos que a podem influenciar”. “Em prol da arbitragem”, por Lino Mendes. Diogo Manso relata o “Curso de Aperfeiçoamento dos Filiados de Braga”. Adriano Peixoto, subscreve “Características e fundamentos da arbitragem inglesa”. As Comissões de Arbitragem da Aveiro e de Braga fizeram as suas festas de fim de época e convidaram o Boletim a estar presente, mas, lamentavelmente, não foi possível satisfazer o desejo de tão boa gente. Fica para a próxima, disseram. Coimbra elaborou o Relatório da época anterior e deve dar-se o devido destaque à qualidade do documento, onde a informação pormenorizada e ordenada é um factor primordial. Por último, A Comissão Distrital de Santarém vai promover uma homenagem a Manuel Lousada, pela sua recente indicação a internacional.
POR UMA MAIOR VALORIZAÇÃO – Barros Araújo (na foto), uma referência no sector, elaborou um texto esclarecedor para todos aqueles que quisessem seguir a carreira de Árbitro. Muitos temas abordou, todos eles cheios de sentido e oportunidade. Refere, contudo, que outros pontos deveriam ser ministrados em cursos de aperfeiçoamento, tais como: Conduta social, Personalidade, Consciência, Princípio operativo, Direcção própria, Influência interior e exterior, Rapidez de julgamento e Exercitamento de juízo. O guarda-redes espanhol Riçado Zamora, figura de grande prestígio no futebol internacional, integrado na selecção do seu país foi jogar em Londres tendo como adversário a Inglaterra. Avisado de que os jogadores ingleses eram fortes em cargas, só depois de ter encaixado sete golos é que arranjou uma artimanha para que o resultado não aumentasse. Deixou-se ficar estendido no solo com a bola, logo já não era carregado, mas sim punido com pontapé livre indirecto. Como não resultasse ponto, exclamou: “Foi pena só ter dado por isto no fim do jogo quando já sofri sete golos…” Na Suiça um clube que chegou a alinhar com 12 elementos em campo, foi punido com derrota por 0-3, como determina o regulamento da prova.

Adolfo Lindenberg (na foto), presidente dos Árbitros suiços e membro da Comissão de Arbitragem da FIFA, com setenta anos de idade, é um elemento de grande valor, pois o seu dinamismo, competência e experiência, são atributos que coloca ao serviço da causa. Além de falar meia dúzia de idiomas, incluindo o português, também está em grande forma física quer a nadar na piscina quer a praticar futebol…
Transferências, licenciamentos, cursos de aperfeiçoamento, falecimento, viagens, problemas de saúde e festas, foram os temas divulgados nesta rubrica.
TEM A PALAVRA UM ESPECTADOR DO FUTEBOL LIGADO À IMPRENSA – J. Henrique Silva (na foto), expressa breves considerações sobre a actuação dos Árbitros.
MOÇAMBIQUE - Chegaram notícias da aprovação dos oito candidatos que frequentaram o último curso realizado na Vila Alferes Chamusca, e actuaram no campeonato de Gaza. São eles Joaquim Cipriano, Sérgio Trindade, António Ferreira, António Caldeira, Afonso Geraldes, Armando Soares, Armando Simões Mourisca e Joaquim Trindade. Os seus formadores, António José Alves Martins Coelho e Custódio Graça estão de parabéns.

O jornal “Diário de Lourenço Marques” classifica os dez Árbitros que dirigiram os jogos do Regional da I Divisão. Abel Bastos, com 26 pontos em 14 actuações, foi o primeiro classificado.

Na foto acima, uma equipa de arbitragem laurentina, chefiada por Frutuoso França.ANGOLA - António Barros Araújo (na foto), de Vila Real, Domingos Rodrigues, de Aveiro, João Pérsio Pita da Silva, de Évora, e Isidro Fragoso, de Santarém, são alguns dos colegas que ali se encontram a prestar serviço militar. GUINÉ-BISSAU – Enviaram notícias para o Boletim José Mateus Canhão e António Rodrigues Arruda. Na foto de cima Alfredo Cabrita Gonçalves, Henrique da Costa Nunes e Luís Travassos Dias, Árbitros na Guiné-Bissau.José Ferreira Trindade, Árbitro de Lisboa, coloca a seguinte questão: Como pode um jogador marcar três pontos na baliza adversária sem mais ninguém tocar na bola? A resposta é conclusiva ao afirmar que tal não é possível. Poderá um jogador marcar efectivamente os golos referidos, mas terá de ser dois na baliza contrária e um na sua própria baliza. De Cabo Verde, Caetano de Jesus, quer ser esclarecido se um jogador a um metro da baliza da equipa opositora aperta a bola entre as pernas, dá uma cambalhota e introduz a bola na baliza, se o golo é válido. Será válido se o Árbitro considerar a jogada correcta. Se houver jogo perigoso o ponto não poderá ser validado.

São divulgadas as 35 equipas de arbitragem que cabem às Comissões Distritais apresentar para actuarem nos campeonatos nacionais da época 1961/1962. Aveiro, duas. Beja, uma. Braga, duas. Castelo Branco, uma. Coimbra, duas. Évora, duas. Faro, duas. Leiria, duas. Lisboa, oito. Portalegre, uma. Porto, cinco. Santarém, duas. Setúbal, três. Vila Real, uma e Viseu, uma.
O curso de Treinadores levado a efeito no INEF-Instituto Nacional de Educação Física teve a colaboração de dois Árbitros internacionais portugueses o que se saúda. Também se realça o facto de ter sido ministrada uma aula onde o relacionamento do Treinador e do Árbitro devem ser sempre pautados com elevação, evitando-se os castigos que resultam dum entendimento hostil e despropositado. Aguarda-se que as tabelas de ajudas de custo e prémios para os Árbitros sejam ajustadas e que se acabe de vez com disparidades muito nefastas para o sector. Face ao que se passou no curso de Londres, o nível da arbitragem portuguesa não é assim tão mau, como alguns pretendem insinuar com os seus escritos e opiniões menos justas. Só a vontade de dizer mal os obriga a proceder assim em desfavor dos Árbitros portugueses.
É o internacional espanhol Manuel Asensi (na foto), que concede entrevista neste boletim.


A ACTIVIDADE NAS COMISSÕES DISTRITAIS – BRAGA: acima se publicam as fotografias do último curso realizado. PORTALEGRE: tem novos dirigentes, cujo elenco já foi publicado no Diário do Governo: Capitão João da Paz Laranjo Mourato (presidente), Domingos Augusto Casanova Júnior e Luiz Ferreira Sajara, vogais. ÉVORA: quer aumentar o nível dos seus filiados, razão do plano ambicioso apresentado: Curso de ginástica e preparação física para todos os Árbitros, durante Agosto e Setembro. Ciclo de palestras com temas à escolha dos intervenientes e a realização de Curso de candidatos. AVEIRO: também notificou os seus membros que não descurem a preparação física pois devem estar aptos para superarem as provas de início de época, que são: 80 metros planos, no máximo, em 12 segundos. Os 1.500 metros em seis minutos e meio. Ainda sobre o apelo feito à solidariedade para com portugueses que foram afectados com a revolta em Angola, registe-se a entrega de 2.550$00 à Cruz Vermelha Portuguesa, resultado da angariação junto dos Árbitros aveirenses.
AQUI VISEU!

Augusto Filipe Machado, Árbitro júnior da Comissão Distrital viseense, acerca do torneio de Futebol de Cinco, promovido pela Associação de Futebol local, faz uma pertinente observação quanto ao facto de jogadores também actuarem como juízes dessas mesmas partidas, alvitrando que os clubes deveriam apresentar dois a três Árbitros mas sem serem jogadores, dado que, na sua opinião, a acumulação de funções não é benéfica para os jovens que se vêem assim em constante pressão, ao ser-lhes exigido máximo rendimento nas duas funções… As imagens seguintes reportam-se aos Árbitros jovens e a algumas equipas participantes no torneio viseense.














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